E o que era para ser somente uma viagem para esquiar na Argentina transformou-se em uma surreal visita à algumas cervejarias e brewpubs ao redor de San Martin de Los Andes e Chapelco.
Relatos cervejeiros de uma viagem para quem foi à San Martin de Los Andes e Chapelco (Patagônia/ARG) para esquiar e, depois de uma frustrada tentativa de descer o morro esquiando (sim, era minha primeira vez tentando me equilibrar naqueles dois "palitos" que deslizam na neve) e ver o joelho rodar 90º pro lado e me deixar "afastado" de novas eventuais tentativas de esquiar, me vi obrigado a relaxar e aproveitar as incursões e visitas vespertinas e noturnas às cervejarias e brewpubs ao redor de Neuquén e San Martin de Los Andes.
Para aqueles que irão visitar este maravilhoso cenário do país vizinho e não quer ficar somente nos FANTÁSTICOS vinhos argentinos produzidos por lá, ficam as dicas:
Lá na Patagônia tem sim, algumas nano e microcervejarias que vão fazer você matar as saudades de uma boa artesanal com lúpulo e malte na medida que você gosta. Vamos lá.
Embora poucas, há cervejas locais sendo comercializadas em San Martin de Los Andes e valem muito serem apreciadas quando você estiver lá.
Na primeira caminhada pelos arredores da pequena e pacata cidade de San Martin de Los Andes, me deparei com algumas lojas de conveniência vendendo uma cerveja produzida em Mendoza (mais ao norte, uns 1000 km acima).
Perguntei se não tinha uma cerveja produzida lá em San Martin de Los Andes (lembra? Beba local!). O atendente me disse que não, mas que eu encontraria próximo ao hotel onde nós estávamos. Foi aí que conhecemos a Brook. Uma outra "cerveza" local.
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Tomando uma na Brooks. Uma das visitadas.
Uma cerveja pra espantar o frio.
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O nome Brook é uma homenagem a um riacho ou córrego característico dessa região, que desempenha um papel vital no ecossistema local e oferece uma experiência única para os aventureiros que buscam explorar as maravilhas naturais da Patagônia. Na Patagônia, a palavra "brook" é uma forma de se referir a um riacho ou córrego. A Patagônia é uma vasta região que abrange partes do sul da Argentina e do Chile, conhecida por sua beleza natural deslumbrante e paisagens intocadas. Nessa região, é comum encontrar uma abundância de rios, lagos e córregos, que são alimentados pelo derretimento das geleiras, chuvas e nascentes.
Os brooks na Patagônia são corpos d'água de tamanho menor, caracterizados por fluxo contínuo de água, geralmente proveniente de nascentes ou de derretimento de neve. Eles podem variar em largura e profundidade, desde pequenos cursos de água que podem ser atravessados a pé até riachos mais largos e profundos.
Em outra loja de conveniência conhecemos a Noscohue. A Noscohue é uma microcervejaria local que atende ao mercado da Patagônia com alguns estilos bem conhecidos nosso.

E em mais um dia de "NÃO ESQUI" conhecemos a KB Kraft Brewers, um outro Brewpub em San Martin (@kraft_brewers_sma) com bons rótulos alternativos. Lá a AMBEV é muito atuante com a linha da Patagônia. Talvez no intuito de não deixar proliferar muitas alternativas que possam ameaçar seu Império. Não sei... acho que é só por lá, né?

Uma prática que percebi a Ambev adotando lá é a de "provocar" a experimentação de um rótulo novo a ser lançado. Muito legal isso.
Ok, e qual é a estratégia? Simples e estimulante para arrebanhar novos apreciadores de seu novo rótulo: na oferta de um 6-pack (six-packs são aquelas embalagens onde são vendidas 6 unidades em um único pack e a preço único e amigável) ao público, por exemplo: se você estiver levando um pack de Bohemian Pilsner, neste pack substituem uma unidade por um outro rótulo que a empresa queira incentivar que seja conhecido pelo seu consumidor (Seria uma ideia legal ter isso por aqui também - #ficadica @abinbev).
Vi 6-packs lá de Patagonia Amber Lager com uma unidade da "recém-lançada" 24.7 (foto acima).
Nas tradicionais versões Amber Lager, Weiss, Bohemian Pilsner e para minha agradável surpresa a novidade (até então) a Patagônia IPA (não tinha até então no Brasil), a IPA 24/7 (essa não vi aqui ainda) - uma cerveja do estilo Session IPA com adição de Sauco e mel.
O Sauco é tipo um "blueberry" muito comum na Patagônia. O Sauco, cujo nome científico é Sambucus nigra, é uma planta arbustiva nativa da região temperada do hemisfério norte. Pertencente à família das Caprifoliaceae, é conhecido por suas diversas qualidades e aplicações na indústria de alimentos e bebidas.
Voltando à cerveja Patagônia 24/7, quando a vi, o atendente me explicou que era uma cerveja tão leve, mas tão leve que poderia ser tomada 24/7, ou seja, 24 horas por dia, 7 dias na semana. Coitado... Não sabia o que estava falando. É mais leve que uma IPA sim, pois é uma Session IPA, mas daí a recomendar que seja tomada 24 horas por dia, 7 dias na semana, daí é demais, né?
O adjetivo 24/7 foi dado à ela por ter seu nome inspirado pelo km exato onde está localizada a cervejaria argentina no Circuito Chico, em Bariloche. Essa cerveja puro malte se apresenta em um dourado profundo, com ligeiro tom rosado do sauco, conhecido como sabugueiro, e intensa espuma branca, como uma montanha nevada quando o sol se põe. Seu aroma traz um lúpulo intenso, cítrico, com notas de frutas brancas, e seu sabor traz um lúpulo suave, que lhe confere um amargor elegante, equilibrado com a acidez do sauco apresentando-se encorpada e muito refrescante.
Em seu preparo, são utilizados os lúpulos Nahuel, Mapuche e Victoria, colhidos na fazenda própria da cervejaria em Fernandez Oro, na Argentina, assim como cinco tipos diferentes de malte: Pilsen, Munich, Carared, Carapils e Melanoidina. Por tratar-se de uma Session IPA, apresenta teor alcoólico de 4,5% e leve amargor de 36 IBUs, o que faz dela uma cerveja refrescante, sem perder a potência do lúpulo. É a combinação perfeita para pratos agridoces, picantes ou cítricos, realçando seus sabores. (Fonte: Revista Beer Art)
Não tinha frigobar no nosso quarto, então a solução foi colocar a cerveja para gelar "al tempo". Ou seja, a -1ºC na madrugada e apreciá-la pela manhã após o café da manhã (ou desaiuno, como queiram) lotado de medialunas.
Uma cerveza que também tomamos lá em San Martin de Los Andes (embora seja fabricada em Bariloche) foi a Blest Scotch Ale. Como o estilo já antecipa, é uma cerveja muito maltada e achei fácil em uma loja de conveniência e tomamos no hotel. Vale uma visita na próxima vez.

Voltando às cervejas experimentadas lá em San Martin de Los Andes e Chapelco, na Patagônia. Segue nosso resumo e indicações:
1)Patagonia - Ambev - Braço Argentino da INBEV - @abinbev
2)Quilmes - Ambev - Braço Argentino da INBEV - @abinbev
3)KB Kraft Brewers - Brewpub em San Martin de Los Andes - @kraft_brewers_sma
4)Noscohue - Microcervejaria em San Martin de Los Andes - @cervezanoscohue
5)Brook - Nanocervejaria em San Martin de Los Andes - @brookcerveza
6)Mendocina Andes - Microcervejaria em Mendoza que abastece alguns PDVs ao sul da Argentina - @cerveza_mendocina
7)Cerveza Blest - Microcervejaria em San Martin de Los Andes - @cervezablest
Ah... Uma cerveja que tomamos lá e que também foi comprada em uma loja de conveniências, porém não visitamos o Brewpub e está em uma de nossas fotos é a Mukür Oatmeal Stout (@mukur.cerveza.artesanal). Ficou para uma próxima (e provável visita).

Bom. Era isso.
Um abraço e até a próxima.
Gostou? Já sabe, né? Curta, Comenta, Compartilha e já salva para a sua viagem a Patagônia.
Cervejar é... tudo de bom.
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