Amigos e apreciadores, hoje vou falar de algo que já foi uma tendência, passou desapercebido quando surgiu pela primeira vez nos USA (e aqui nas terras tupiniquim também), mas agora volta com força máxima: as Pastry Beers são e serão, por um bom tempo constantes em nossas mesas.
Essas que já foram tema daqueles que ousavam combinar cervejas com tortas de chocolate, mousses de limão ou ainda com sobremesas de abóbora, voltam ao cenário agora com o nome de Pastry Beers.
A cerveja artesanal não conhece limites para novos sabores.
Cervejeiros estão sempre inventando técnicas e introduzindo ingredientes para compor uma cerveja mais exótica, em uma verdadeira viagem sensorial.
Em uma Análise Sensorial; prática herdada dos consumidores e apreciadores dos vinhos e espumantes; despertamos todos os 5 sentidos que o ser humano utiliza. O primeiro, a audição, ao ouvir a garrafa ou lata ou barril se abrirem e ouvir o líquido ser despejado na sua taça ou copo, ou ainda, ao escutar uma garrafa ser aberta.
O segundo, a visão, ao analisar com seus olhos a cor que aquele líquido preenche a sua taça/copo e de que forma ele se comporta com relação a turbidez, coloração e formação de espuma.
O terceiro, o olfato, ao sentir o aroma daquele líquido despejado na taça ou copo e aproximá-lo ao seu nariz e ativar este sentido.
O quarto sentido despertado, como não poderia deixar de ser, o paladar, é ativado ao termos este líquido se acomodando sobre nosso pálato e escorrendo por nossa garganta depois de sutilmente "acordar" nossas papilas gustativas.
Tá, mas é o tato? O tato, ora, podemos afirmar que é sentido pela nossa língua ao tentar decifrar o que é este líquido que está passeando em nossa boca e trazendo uma explosão de sabores. Se formos analisar ao "pé da letra", o tato já foi utilizado quando pegamos a garrafa na mão.
Voltando às "Pastry Beers", entre as tendências desse universo, as cervejas que simulam os sabores de uma sobremesa têm chamado bastante atenção. A inspiração pode vir de uma torta de chocolate, um bolo de laranja, ou de uma mousse de maracujá, por exemplo.
Pastry Beers, invenção do mercado norte-americano
Nos Estados Unidos, o mercado de cerveja artesanal tem se destacado por produzir cervejas que rompem limites. Por lá, cervejas muito alcoólicas, ou com amargor pronunciado, já foram a bola da vez.
Agora, com as Pastry Beers, chegou a vez das bebidas com destaque doce no paladar. A palavra “pastry”, em inglês, se refere à produção de doces em um estilo semelhante ao que chamamos de confeitaria, aqui no Brasil.
No caso das Pastry Beers, a ideia foi dar nome a essas cervejas incomuns, que lembram doces e sobremesas, e que ganharam apelo do público.
Ingredientes inusitados
Criar essas sobremesas em versões líquidas e alcoólicas requer a utilização de ingredientes pouco comuns em cervejas mais tradicionais.
Além disso, é preciso também saber utilizar estes ingredientes de forma adequada ao processo de produção da cerveja.
Como citado anteriormente, coco queimado, baunilha, lactose, cacau, amendoim, canela e até doce de abóbora, são apenas algumas das opções para construir a receita de uma Pastry Beer. Os cervejeiros combinam esses ingredientes com os insumos tradicionais, como os essenciais água, malte, lúpulo, levedura e até os então polêmicos milho e arroz.
As Pastry Beers são divididas em dois grandes grupos: as Pastry Stouts, que se inspiraram no estilo Russian Imperial Stout (RIS), e adicionaram à sua potência alcoólica uma carga elevada de dulçor e outros sabores.
Pastry Stouts são cervejas escuras doces, ricas e exageradas, carregadas com adjuntos altos e com sabor próximos a bolos líquidos, tortas, biscoitos e barras de chocolate. É um subestilo não oficial de Imperial Stout; e portanto, não listada no BJCP, nem tampouco no BA; que apresenta ingredientes que são mais comumente encontrados em uma padaria do que em uma cervejaria.
Pastry Stouts são um pouco semelhantes às IPAs turvas de milkshake. As Milkshake IPAs também são carregadas com uma grande quantidade de adjuntos, como frutas, açúcar do leite (lactose), xaropes e outros ingredientes extremos. Sua apreciação entre os amantes da cerveja é inegável.
Pastry stouts, por sua vez, podem ser carregadas com ingredientes de confeitaria, como chocolate, coco, baunilha, café, banana, caramelo, canela, anis estrelado, marshmallows e muitas outras combinações. Com adjuntos como esses, você pode esperar que seu próximo litro de cerveja forte tenha o gosto de uma cerveja espessa, doce, com alto teor alcoólico e semelhante a uma sobremesa.
E as Pastry Sours, que são cervejas mais ácidas e, por isso, simulam doces que possuem um certo grau de acidez, como mousse de maracujá ou de limão. É a combinação de dois mundos, o dos doces e o da bebida, que sempre promovem muito prazer.
E aí? E pra você, qual a Pastry Beer que te acompanha?
A minha já é conhecida de todos: a Pumpkin Ale acompanhada de uma torta doce de abóbora, geralmente consumida nos dias 31 de outubro de todos os anos.
Fontes consultadas: http://www.brewerworld.com
http://www.birrapedia.com
http://www.brosbeer.com.br
http://www.cervejar.com
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